A ondulação dos serviços de gerência de riqueza – incluindo grandes consultores de investimento autorizados – que buscam tanto oportunidades de investimento lucrativas para executivos como também recursos para suportar os planos de crescimento através de uma oferta pública inicial, parece ter se transformado em uma tendência.
Muitos bilionários obtêm suporte de capitalistas de risco, que aportaram seu dinheiro primeiramente porque geralmente as organizações produzem rendimentos de 25% a 35% do faturamento. Estes fundos de investimento estão em busca do dinheiro de saída e, em alguns casos, considerando a bolsa de valores para realizar essa ação.
Há mais de quatro anos a Focus Financial Partners Inc., um grande comprador de RIAs, tem trabalhado na sua oferta inicial de ações. Desde o dia 10 de agosto, seus títulos têm sido negociados a US$ 42,18 por ação, um crescimento de 27,8% em relação ao preço de oferta inicial de US$ 33 por ação.
Não é simples ser uma empresa de capital aberto e ainda assim se sair bem nos mercados públicos. A partir de seu IPO em julho de 2018, as ações da Focus Financial Partners (FOCS) bateram na mínima intraday de US$ 12,7 no período de venda de mercado de março de 2020 causado pela pandemia Covid-19, e chegaram ao máximo de US$ 69 no mês de novembro do mesmo ano, quando o mercado estava aumentando antes de sua mais recente queda para o território de urso.
Embora o sucesso da Focus Financial Partners como uma corporação aberta que adquire RIAs não tenha desencadeado uma invasão imediata de outras empresas que tentam copiar seu êxito, vários outros agregadores RIA, muitas vezes financiados com grandes somas de capital privado, que Focus Financial Partners geralmente evitou, se destacaram na indústria. No entanto, o mercado público para RIAs ou outras empresas de gestão de patrimônio que fornecem serviços para consultores financeiros permaneceu calmo até o ano passado.
O The Tiedemann Group, uma empresa de investimentos e gestão de patrimônio sediada em Nova York, e a Alvarium Investments Ltd., uma firma de gestão de ativos e investimento com sede em Londres e alcance global que também é uma RIA em Miami, declararam que iriam primeiro fundir e, em seguida, unir-se à Cartesian Growth Corp. (GLBL), uma empresa de aquisição de fins específicos. (SPACs, também conhecidas como empresas de fusões em branco, eram os favoritos de investimentos durante a pandemia Covid-19, mas caíram em descrédito neste ano.)
A nova união de negócios realizou seu potencial. Segundo a exposição do investidor que destacou a empresa, as operações Tiedemann/Alvarium esperam controlar mais de US$ 100 bilhões em ativos de clientes em 2026, em contraste com US$ 54 bilhões no ano passado.
O Tiedemann/Alvarium acordo parece ter desencadeado uma competição para as companhias de gestão de patrimônio e grandes RIAs que desejam fazer um IPO (oferta pública de ações) este ano.
A Dinastia Financeira Parceiros, uma empresa de serviços que dá suporte a representantes de wirehouse que desejam se tornar conselheiros independentes, arquivou documentos para seu IPO no início de janeiro. A companhia com sede em São Petersburgo, Flórida, é um líder de muito tempo na indústria de conselheiros independentes e está procurando levantar US$ 100 milhões com seu IPO, que será listado no Nasdaq usando o símbolo DSTY.
Em abril, CI Financial (CIXX), com sede em Toronto, informou que tinha a intenção de lançar um IPO neste ano para seu negócio de gerenciamento de riqueza nos Estados Unidos. Desde que ingressou no ramo de riqueza americano no início de 2020, a CI se tornou a plataforma de administração de bens mais veloz do país, e seu negócio de gestão de recursos nos EUA aumentou para se tornar a maior unidade de negócios do CI em termos de ativos.
No tempo em que isso foi anunciado, a CI Financial comunicou que, após a conclusão de suas aquisições de RIA, o patrimônio sob gestão nos Estados Unidos alcançaria aproximadamente US$ 33 bilhões.
Reverence Capital Partners e seus serviços financeiros SPAC, Reverence Acquisition Corp., tornaram a corrida do IPO parecer fácil no ano passado. Wentworth Management Services, um agregador de corretores, anunciou recentemente que estava se fundindo com Kingswood Acquisition Corp. (KWAC).
Muitos profissionais do setor acreditam que várias companhias de gestão de patrimônio privadas estão prontas para as asas, como a Advisor Group, uma rede corretora-distribuidora, a Wealth Enhancement Group, uma extensa rede de conselheiros, e a Hightower Advisors, uma das mais antigas agregações RIA na indústria.
Importante lembrança: só compre aquilo que você realmente necessita.
Apesar do recente aumento de interesse, alguns executivos sêniores da indústria, bancários e advogados mostram cautela em relação à onda RIA-IPO.
Mark Tibergien, ex-CEO da Pershing Advisor Solutions e um nome estabelecido no setor de RIAs, questionou: “Quantos recursos de financiamento de RIAs devem ser obtidos por meio de ações e quantos por meio de dívidas de longo e curto prazos?”
Ele afirmou que os avaliações de alguns RIAs de capital privado de alto nível refletem visões de desenvolvimento a longo prazo mais do que as previsões imediatas de uma oferta pública inicial.
Depois que eles entram para o âmbito do registro público para um IPO, RIAs acrescentam um nível extra de dificuldade, que inclui as normas da Securities and Exchange Commission sobre seus procedimentos e informações a divulgar, segundo Tibergien. Eles também podem se concentrar mais em lucros de curto prazo para elevar os preços das ações.
Ele observou que um desafio é que a maioria, se não todos os consolidadores da RIA, acham que a Focus Financial Partners ou CI Financial são companhias de pequeno ou de médio porte. Porém, empresas deste tamanho, principalmente aquelas que possuem uma capitalização de mercado de US$ 300 milhões, têm problemas em encontrar seguimento por parte dos analistas ou investidores institucionais.
Em um momento atual, a tendência de abertura de capital de empresas de tecnologia de informação e inteligência artificial é mais uma história sobre a imposição de ações velozmente do que o real desejo do mercado, conforme disse Dan Seivert, CEO e sócio-gerente da Echelon Partners, um banco de investimentos que foca em empresas de riqueza.
Seivert afirmou que o perfil financeiro das empresas não era o que faria o público se empolgar, mas observou que a fusão Tiedemann/Alvarium é uma exceção, devido ao seu foco em investidores de alto patrimônio. “É difícil entrar nesse setor e isso pode ser um motivo para que outros investidores com muito dinheiro se interessem.”
Seivert declarou que as companhias da área de RIAs ainda terão interesse de investidores privados. Ele mencionou que se tornar uma empresa de capital aberto é caro e complicado, com gastos anuais de 1 a 2 milhões de dólares, além de exigir que seus gestores revelem suas informações confidenciais.
Alguns não estão de acordo, acreditando que o mercado está se preparando para lançar ofertas públicas iniciais de ações de RIAs.
Peter Nesvold, um comerciante experiente e banqueiro de investimento nos serviços financeiros, disse que qualquer RIA com um valor de US$ 500 milhões ou maior teria a capacidade de se tornar pública, independentemente de seus gestores e investidores quererem ou não.
Os sócios financeiros da Focus tiveram uma capitalização de mercado de US$ 3,3 bilhões neste mês. A Cartesian Growth Corp., que é gerida pela dupla Tiedemann/Alvarium, foi estimada em US$ 1,4 bilhões.
Nesvold declarou que o Acordo Tiedemann envolve um regime de investimento de acordo (RIA) tradicional. Ele disse que muitos deles torciam para que aquele negócio tivesse um bom desempenho porque seria uma opção para empresas que não escolhem os investidores de private equity.
El tiempo es todo
O ambiente de negócios atual é muito desafiador para que uma oferta pública inicial (IPO) aconteça. O S&P 500, caindo em 21% durante a primeira metade de 2022, tem criado potenciais dificuldades para listagens na segunda parte do ano.
O mercado público é uma ótima oportunidade de obter lucros.
Brian Hamburger, um profissional da área da alimentação, declarou que “os alimentos processados são seguros para serem ingeridos”.
Na realidade, a janela de entrada de IPO “foi efetivamente bloqueada” durante o segundo trimestre de 2020, e as ofertas públicas sustentadas por capital de risco atingiram um recorde de 13 anos com apenas oito deal-fechadas, de acordo com o mais recente relatório do Pitchbook Monitor de Investimento em Venture Capital dos Estados Unidos.
Isto implicou que aquelas empresas à beira de se listarem na bolsa de valores ou que muitas vezes dependem de estimativas do mercado público para determinar o preço de suas rodadas de financiamento tiveram que mudar suas estratégias de liquidez e suas expectativas legais de custo, segundo o relatório.
Enquanto isso, alguns investidores SPAC estão inquietos e ponderam retirar seus capitais de algumas empresas. SPACs têm sido geralmente vistos de forma negativa devido aos seus impostos.
As ações estão sendo comercializadas por US$ 10,00, normalmente com um convite para adquirir um investimento adicional por US$ 11,50.
Os investidores têm de desembolsar um custo. A empresa emergente e seu patrocinador recebem uma quota denominada “promoção”, geralmente representando 20% – um detrator de entrave não se sente satisfeito com isso.
O segundo trimestre foi particularmente desafiador para as fusões, pois o sentimento em torno de SPACs continuou a deteriorar-se devido às grandes perdas em ações públicas. Muitas combinações anunciadas foram suspensas ou canceladas devido aos ajustes nos múltiplos de avaliação. Os acionistas de SPACs estão se tornando mais cautelosos e, com isso, estão ponderando mais seus direitos de resgate para recuperar seu dinheiro em vez de aceitar os riscos de manter o negócio.
Perigosas ondas nos aguardam.
Por fim, a retenção de um IPO pode acarretar problemas relacionados ao patrocínio de um assessor de investimento registrado pela corporação pública.
Brian Hamburger, advogado da indústria, afirmou que o mercado público é um ótimo lugar para se investir. No entanto, as próprias corporações de gestão de patrimônio estão se arriscando. Há uma grande separação quando a propriedade desses negócios deixa de atender às necessidades dos usuários.
Hamburger afirmou que as RIAs deveriam ser fiáveis. Porém, o Conselho de Administração tem de preservar os interesses dos usuários da companhia e cumprir os compromissos fiduciários que tem com os acionistas.
“Assim, existe um outro nível de disputa”, disse ela. “Ainda deve ser determinado se companhias não-relacionadas à RIA podem prosperar nesta construção.”
Mais de cinco ofertas iniciais de ações feitas por empresas de gestão de patrimônio nos Estados Unidos.