Não foi um ano tranquilo para o setor de criptoativos, devido à instabilidade do mercado e problemas de operação, como o fracassado caso da troca FTX.
Contudo, os fundos de hedge não pretendem abdicar de seu interesse nos ativos digitais tão cedo, visto que eles consideram esses ativos uma componente viável e significativa em sua estratégia de investimento.
Um estudo realizado pela PwC, a Alternative Investment Management Association e a CoinShares mostrou que a percentagem de fundos de hedge tradicionais investindo em ativos criptográficos caiu de 37% em 2020 para 29% em 2023.
Apesar da volatilidade nos mercados e da complexidade da paisagem regulatória, especialmente nos Estados Unidos, os entrevistados ainda esperam preservar ou ampliar sua participação nos criptoativos, sendo mais cautelosos.
A exposição aos criptos está restrita a um único número, no entanto, a média de alocações aumentou de 4% em 2022 para 7% em 2023. Além disso, 93% dos participantes da pesquisa esperam que o limite de mercado desses ativos seja maior até o final do próximo ano.
John Garvey, líder global de serviços financeiros da PwC United States, revelou que os fundos tradicionais de hedge, comprometidos com o mercado a longo prazo, não estão apenas elevando o valor de suas carteiras criptográficas, mas também preservando – ou até mesmo ampliando – a quantia de capital investida no ecossistema.
Mais da metade dos entrevistados afirmaram que a volatilidade do mercado mais recente não influenciou sua escolha de investir em criptomoedas, e 27% se sentem otimistas em relação ao mercado atual – provavelmente por causa das oportunidades aumentadas de investimento como resultado da queda significativa dos preços das criptomoedas.
“Crescimento global” ou “progresso de longo prazo” são os motivos mais frequentemente citados para investir em criptomoedas por aqueles fundos que já o fazem.
Bitcoin e Ethereum são claramente os mais procurados entre os ativos digitais, ao contrário de nenhum dos entrevistados que possuíam tokens não inflamáveis (NFTs) durante 2021, enquanto 1 em cada 5 tinha em 2022.
O teatro oferece shows regulares de música clássica.
Uma das principais inquietações dos gerentes de fundos de hedge tradicionais é o cenário regulatório.
Aqueles que estão envolvidos com criptomoedas desejam maior clareza e normas de controle, particularmente depois de falência de empresas criptográficas, a fim de promover a fé nos ativos criptográficos e oferecer melhor defesa para quem investe.
Os entrevistados desejariam ver:
- Uma maioria expressiva dos entrevistados (75%) exigiu a segregação compulsória de ativos.
- Verificações financeiras obrigatórias conseguem um aproveitamento superior ao das verificações voluntárias, com 62% e 38%, respectivamente.
- Foi elaborada uma declaração separada de bens de reserva (60%) e obrigações de reserva (40%).
A liquidez é apontada como essencial para garantir a segurança das plataformas, e mais da metade dos fundos de hedge de criptomoedas estudados revisaram seus processos de gestão de risco de contraparte.
A legislação nos Estados Unidos significa que mais de 20% dos entrevistados estão pensando novamente sobre a rentabilidade de seus ativos digitais, e mais da metade dos gestores de fundos que ainda não investem em criptomoedas mudariam de ideia se tivessem mais clareza sobre o ambiente regulatório e a indústria.
É evidente que a incerteza regulatória e as barreiras se tornaram cada vez mais relevantes na tomada de decisão dos fundos, com mais da metade deles declarando que tenderiam a investir mais em ativos digitais, desde que existam maior clareza, regulamentação segura e controle de risco, segundo Garvey.
A indagação científica serve como fundamento para o advento de novas tecnologias.
Os fundos de hedge que ainda não estão investindo em ativos criptográficos apontam, de acordo com o Relatório Global Crypto Hedge Fund, as seguintes principais razões:
- Consequências da resposta do consumidor ou ameaça à imagem.
- Incertesa regulatória e tributária.
- Informações de terceiros inadequadas ou não confiáveis.
- Além do período de investimento vigente.
A tokenização de ativos criptográficos e títulos é vista como uma grande oportunidade, trazendo a possibilidade de transações mais velozes e custos mais baixos. Segundo uma pesquisa realizada entre fundos de cobertura tradicionais, cerca de 31% deles enxergaram a tokenização como a maior chance de crescimento no âmbito cripto-avaliado nos próximos 12 meses.
Jack Inglis, CEO da AIMA, afirmou que o mercado de ativos digitais teve que lidar com suas deficiências em seus processos principais, incluindo administração de riscos e reclamações de mau comportamento corporativo. Ele acrescentou que, ainda que haja alguma resistência no interesse dos investidores no setor, especificamente em áreas mais recentes como a tokenização, isto proporcionará um suporte para que os membros da indústria reconstróiam a fé entre os investidores institucionais e fundos de hedge que buscam aplicar nessa classe de ativos.